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quinta-feira, 24 de maio de 2012

SEU LIVRO ESTÁ PRONTO. COMO VENDÊ-LO?




INTROITO
Dizem que o mais difícil da festa é esperar por ela.
Publicar um livro sem contar com as benesses do governo é muito caro.O custo gráfico ,e,não raro a qualidade que esses serviços oferecem ,é mesmo de assustar.
Mas,digamos que você encarou,economizou cada centavo, recorreu ao crédito e publicou seu sonhado livro.
E agora, José?
É seu primeiro livro,você não é conhecido no mercado,não cultivou muitos amigos e nem tem família grande.
Então, olha meio desanimado para aquela caixa que contém todos os seus sonhos e fica perguntando aos seus botões:
-Como, para quem e onde vender esses cem livros?
A editora escolhida trabalhou certo,o livro saiu perfeito,mas,parou ai.Ela é apenas uma editora,não tem obrigação de vender seu livro.
Como uma padaria que produz e entrega o pão do espírito, realizada a sua tarefa,a editora some.
Algumas  tentam conquistar os autores prometendo levar os livros ás Bienais – não sei porque o “fetiche” de todo novel escritor - criando lojas virtuais e prometendo mundos e fundos.
Caia fora; você não conseguirá o mundo e ,certamente,irá ao fundo.


COMO FUNCIONA

A cadeia produtora do livro consta do autor,que escreve o livro,do editor ,que o edita,do distribuidor,que o distribui e das livrarias,que o vendem.
Para se vender um livro tem que trabalhá-lo.Não se engane,livro é um produto como outro qualquer,como pão,azeite ou bacalhau.
Enquanto não  se des-sacralizar o livro muito escritor novato ainda vai cair em esparrela.
Como produto, a venda tem que ser estimulada. Como produto novo tem que ser imposto ao público.
O maior interessado em promover o livro deveria ser o autor; afinal,ele é o pai da criança.Mas,conheço poucos escritores que são bons vendedores. Modéstia á parte eu sou um deles.Conheço muito deste mercado,pois,fui vendedora de livros para uma grande   editora durante os anos 70,no sudeste.Comecei como vendedora porta – a –porta,depois passei a supervisora,depois a gerente com a missão de treinar vendedores,abrir praças e cumprir metas.
Vendedora muitas vezes premiada,sai da empresa e abri minha própria ,onde vendi muitos livros,inclusive bibliotecas inteiras para grandes empresas.
Sei o quanto é difícil vender um produto pouco procurado no Brasil.


COMO PROCEDER

Quando recebi a primeira edição do “Bahia de Outrora” ,arregacei as mangas e fui á luta.Consegui colocá-lo nas principais livrarias da cidade,vendi pela Internet –não se iludam,a venda mais difícil que há,pois ,internautas querem tudo de graça- e,visitando redações de jornais e rádios,fazendo lançamentos e vendendo  de forma avulsa, abordando pessoas,mas,sem ser abusiva,pois,este é o segredo.O sujeito mais chato do mundo é o vendedor chato.
Em pouco tempo essas edição estava esgotada.
Sinceramente,não conheço editoras que tenham nos seus quadros bons vendedores.Limitam-se a distribuir o livro –e só.
As lojas virtuais,existem.Mas,são pouco trabalhadas.Não vejo propaganda em sites parceiros,nem formação de clubes do livro,nenhum movimento que estimule a venda.Isso só acontece com as “poderosas” como a Record ou Cia. Das Letras porque elas compram direitos,são donas dos livros ,investiram nele e portanto querem retorno.
Um belo dia,aquele livro tão vendido  simplesmente desaparece.Não se fala mais,não se vê nas livrarias e passam a se hospedar nos sebos,a preços  irrisórios.
Isso porque a editora recuperou o investimento e já está de olho em outro autor que ela julga  promissor,por ser “celebridade” ou coisa assim.
Começa o círculo vicioso.

QUEBRAR BARREIRAS
Pos eu quero quebrar essa barreira.
Na minha loja virtual os meus livros e dos meus autores não ficarão apenas colorindo páginas.Serão divulgados nos blogs,serão colocados trechos dos livros,entrevista com autores,tudo para despertar o desejo da posse,o velho “aida”.
Conhece o termo:
a-atenção
i-interesse
d-desejo
a-aquisição.
Nossos saraus quinzenais ,funcionando a partir de Julho,reunirão a comunidade para debates,palestras de autores  ,discussão literária e ,consequentemente,vendas de livros.
Pontos de vendas e equipes nas ruas  não serão descartados.
Porém,convém lembrar que precisamos da parceria do autor;ele tem que nos ajudar a vender o livro dele.
Pois,diz o velho ditado:”pode-se levar o cavalo ao rio,mas,não se pode obrigá-lo a beber.”



quarta-feira, 16 de maio de 2012



IMG: Busca Goocle



          VIDA DE EDITOR
-Jesus, menina,como é que você que tem uma vida tão tranquila se meteu com esta josta de editora?
Quer criar um inferno ,aqui,quer? Não basta aquele que com certeza você foi escalada e virá após a morte ,pois,lá no céu não gostam de irreverentes nem questionadores ,como você?!

Pois é,eu poderia ter seguido o conselho deste bom amigo e ficar apenas  blogando,escrevendo para sites e publicando livros.
Eu podia,como diria Mestre Raul,o Seixas,ficar satisfeita com meu salário mensal e até comprar um Corcel /73,se ainda encontrasse algum em bom estado.
Mas,procurando sarna pra me coçar, resolvi editar livros,meus e dos outros.Uns corajosos,como meu amigo Cacá ,lá das Minas Gerais  e uns outros que seguiram esse caminho da confiança e da esperança; esperança de receber livros bem feitos, bem editorados,sem borrões,  cujas páginas não soltassem e a tinta não manchasse os dedos.
Por se tratar de uma editora baiana,cuja dona é uma baiana  quase setentona,muita gente torceu o nariz.
-Que nada,coisa boa só vem do sudeste.
Alguns,agora,estão torcendo as mãos de desespero,depois que receberam seus livros.
O caso é que nem todos   têm tempo,temperamento ou paciência para ter uma editora; é quase um trabalho monástico, de doação, que ocupa cerca de doze horas do seu dia.
Pois,parir um livro é um parto difícil;e,no Brasil,além de difícil, caro e arriscado.
Primeiro a gente tem que conquistar a confiança do autor,principalmente,no caso das editoras como a minha que recebem dinheiro dos autores para publicar seus livros.
Recebido o dinheiro e o arquivo,começa a gestação.
O livro precisa ser,não apenas revisado,mas,copidescado,diagramado  e  precisa ter uma capa.
Daí,temos que escolher uma gráfica, onde começa nosso calvário,sem direito a verônicas nem cireneus.
Gráficas começam a ser o caminho onde todo editor se enlameia .Sempre digo que o problema do escritor é a gráfica e o problema da gráfica é a editoração.É lá que as palavras se perdem,os arquivos viram de ponta cabeça e o capítulo 17 se para junto ao 64 que contém um finalzinho que deveria estar no capítulo 84.
Duvida,cara pálida?
Pois aconteceu comigo.E, se eu não fosse essa neurótica que lê tudo,olha tudo e fiscaliza tudo, a vaca teria ido direitinho para o brejo.
E a reputação da editora ia junto.
Eu até mudei os versos do poeta :
Vigiai,diz Salomão
 noite e dia a editoração.
Pois é dela que nos vem,
Todo mal e todo bem.
Para parir um livro temos três tipos de parto:
O Normal:
Recebe-se o arquivo,o autor paga, a gente encaminha para a  a diagramação ,para o capista,o autor aprova,céu de brigadeiro.
Na gráfica,tudo perfeito. A “boneca” veio correta, o autor aprovou,o livro vai para a gráfica e sai legal.
Deo gratias!
O parto demorado é aquele que o bebê livro fica atravessado:atravessa a diagramação, a capa é trocada várias vezes por desejo do autor,muda-se a cor , troca-se a orelha, a boneca vem cheia de erros ,volta,torna a voltar,depois de tudo pronto o autor quer mudar ou tirar alguma coisa,volta tudo á estaca zero,enfim,o livro é impresso.
Aleluia!
O parto cesariano ou de fórceps é aquele que tudo dá errado;revisão com erros,diagramação modificada várias vezes,diagramador exausto ,editor arrancando os cabelos,prazos vencidos, capa não aprovada e até o bendito código de barras que vem pronto junto com o ISBN,questionado pelo analista.
Sobrevivendo a ameaça de infarto ,o editor liga  para os responsáveis,pra gráfica e solta os cachorros.

A gráfica manda de volta o arquivo.Errado; vamos questionar o diagramador que prova a você que enviou certo.
Vade retro,Satanás!
Nesta altura,vendo tudo vermelho,você entra na sua salinha secreta e faz meditação zen.
Só lhe resta rezar para o santo protetor dos editores (se é que existe algum besta que queira assumir esta função) e pedir para o resto correr bem.
Enfim, o livro chega certinho,lindo,cheiroso,colorido, pronto para as livrarias.
E, aí começa  outra parte da novela,vender o livro.
Ainda quer virar editor, cara pálida?
Um dia ainda chuto  o pau da barraca,pego num fuzil e vou pro Afeganistão.
É bem mais tranquilo.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

POR CIMA DO MEDO, A CORAGEM!...




Esse ditado popular da Bahia  serve ,especialmente,aos escritores.
Todos aqueles que sonham escrever um livro  ,vivem mergulhados num emaranhado de dúvidas,algumas saudáveis,outras paralisantes,mas,ambas muito preocupantes no sentido de tolher a realização.
Existe uma diferença muito grande entre o desejo e o sonho.
Quem sonha em fazer seu  livro ,fica eternamente dominado pelo “vamos ver”,quem sabe?” ,eu queria”,”talvez”, “dará certo?” e todas essas correntes que castram a ação  paralisando  o futuro provável escritor que  acaba não fazendo nada porque,Deus não ajuda o homem que não age.
Já quem deseja fazer seu livro  e torná-lo público – ou seja publicá-lo –une o pensamento á ação.
Primeiro, busca recursos,aperta o orçamento,diminui as cervejas das sextas feiras,corta viagens,começa a se vestir nas lojas populares de custo mais baixo que as “griffes”, enfim,se programa, faz um orçamento.
Após  medir o tamanho do seu bolso sai em busca de editoras, cujas propostas coincidam com o que pode gastar.Os  orçamentos das editoras que trabalham recebendo um pagamento dos autores têm orçamentos , serviços  e condições de pagamento diferentes  e, dentre esses ,algum há de lhes servir.
Igual a tudo na vida  é importante dar o primeiro passo.
Livro é um negócio, uma mercadoria e,como tal,tem riscos. A gente nunca vai saber se daria certo se não tentar.
Para os diversos gêneros literários  existem leitores;ficção, poesia,contos,crônicas,artigos,livros científicos ou didáticos,literatura infanto – juvenil, terror,eróticos,há público para todos.
Escolha seu segmento e vá em frente.
Muitas vezes a falta  (ou excesso) de  confiança  do futuro escritor ,atrapalha um pouco.
Há quem queira começar  imprimindo 1000 exemplares.
Quando me bato com um assim sempre lhe pergunto:
- Você tem família grande?
Parece jocoso ou cruel ,mas,é necessário para evitar riscos desnecessários.
Conheço  centenas de pessoas que fizeram muitos exemplares  os quais,hoje,encontram-se encaixotados debaixo da cama.E o cara desistiu de vez da literatura.Traumatizado!
Como  a primeira fornada de um livro é a mais cara – pois entra diagramação,capa,copydesk,ISBN –aconselho os autores que me procuram a fazer,de início,20 a 50 livros.
A segunda remessa se torna mais em conta,pode-se praticar um  preço mais acessível e,esgotado o estoque,fazer outros,que,na  Pimenta Malagueta será entregue em 15 dias.
E,você,amigo, já pensou no impacto psicológico entre seus amigos e parentes?
- Puxa, o livro de Fulaninho  esgotou no primeiro dia!
 Não é uma frase gostosa de se ouvir?
Agora,deixa eu te falar de um mico pelo qual todo internauta passa; confiar nos amigos,leitores e seguidores na Net.
Ao contrário do  que a gente pensa internautas não compram livros; pelo menos,os nossos livros.
Eu até vendi alguns para leitores cativos,mas, não pensem que é fácil.
Se fosse ,eu que tenho milhares de leitores na rede –entre sites,jornais e blogs – seria hoje um best-seller.
Aqui ,na Pimenta, procuro ajudar nossos autores a vender suas obras,mesmo porque,apesar de sermos pagos para isso,só publico os livros que eu mesma compraria.
Então,coloco os livros nas livrarias,apresento-os nos eventos literários, nas escolas e universidades,feiras e bienais (apesar de considerá-las apenas uma vitrine),estou criando uma loja virtual e ,sempre que possível ,quero aparecer nos lançamentos na cidade dos autores.
Mas, o livro é um produto que precisa ser trabalhado.
Pode ser bem aceito pelo público ou não; mas,só saberemos se nos arriscarmos a publicar.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

LEIA ISTO!




 CONSELHOS DE ROBERT DARNTON, DIRETOR DE BIBLIOTECAS DA UNIVERSIDADE DE HARVARD

A um autor que está para lançar um livro, o que o senhor recomendaria: publicá-lo em papel ou em formato digital?
Eu diria para publicar em papel e também disponibilizá-lo online, de graça, para que as pessoas possam prová-lo – aquilo que os franceses chamam  de degustação. Um dos problemas, especialmente para autores que estão começando, é que eles não conseguem emplacar livros nas lojas. Os lojistas não exibem as obras, e ninguém fica sabendo delas. O marketing online pode ser um caminho para impulsionar a venda do livro impresso. Principalmente se o romance for longo, eu duvido que o leiam inteiro na internet.

Não é a hora ainda, portanto, de abandonar o papel?
Não, de modo algum. É incrível, mas as estatísticas mostram que o número de livros impressos no mundo – é fantástico – só fazer crescer, crescer, crescer. Todo ano, há mais livros impressos que no ano anterior. E estou falando de títulos novos. Temos cerca de 1 milhão de títulos novos por ano. Então, a ideia de que o livro impresso está morrendo é uma loucura. Não creio que os livros impressos se tornarão objeto de colecionador, produtos de butique. Acho que teremos livros híbridos, ao mesmo tempo impressos e eletrônicos. Prevejo um período em que eles irão coexistir. O livro impresso é uma invenção maravilhosa, e ele funciona tão bem há tanto tempo.
E quanto à força demonstrada pelo livro eletrônico? A Amazon anunciou que já vendendo mais e-books do que títulos em papel.
Pelo estudo da história da comunicação, que é o meu campo acadêmico, nós aprendemos que uma mídia não substitui outra. Nós tivemos jornais e veio o rádio e não matou os jornais, como a TV não matou o rádio. Agora, nós temos a internet, e a TV está sobrevivendo. É claro que, num longo prazo, uma mídia pode expirar. Mas não num curto espaço de tempo. E uma coisa interessante na história dos livros é que, após a descoberta da prensa por Gutemberg, foram publicados mais livros manuscritos que antes. Então, Gutemberg não destruiu as publicações manuais, mas lhes deu nova força. Os dois formatos coexistiram por um período.
O senhor reconhece o potencial que a internet tem de fazer avançar os ideais do Iluminismo. Ao mesmo tempo, é crítico dos limites impostos a esse avanço. Quais são os maiores inimigos da República das Letras em sua versão digital?
Eu admiro a ideia de uma República das Letras, desenvolvida nos séculos XVII e XVIII. Ela representa um mundo aberto a todos. É uma ideia bonita e acredito que a internet a torne possível. A internet tem condições de democratizar a informação. Mas há também os inimigos que impedem essa democratização na rede. Em primeiro lugar, tem a questão dos direitos autorais, que limitam o acesso aos livros. Segundo, há um perigoso comércio online, que vai contra o ideal original da web, de livre acesso à informação. Em terceiro lugar, tem o Google, capaz de comercializar o acesso ao conhecimento pelo Google Book Search, em que é preciso pagar para ler livros que não sejam de domínio público.


FESTAS LITERÁRIAS & BIENAIS












FESTAS LITERÁRIAS & BIENAIS
O autor se deixa levar bastante pela  ilusão das Bienais.Todo aquele aparato,aquela festa luminosa,a presença de alguns ícones da Literatura,deslumbra o autor como caipira em cidade grande.
-Vou lançar meu livro  na Bienal de  São Paulo, a maior da América Latina,comunica o autor a seus amigos ,estufando o peito de orgulho.
OK,esse fato lhe dá visibilidade,oportunidade de conhecer novas e influentes pessoas,tirar fotos com personalidades do mundo literário, mostrar-se,lançar e oferecer seus livros ,mas, - pasme!- não gera vendas.
Pode-se vender 5 ou 10 exemplares ,não mais que isso.Só Best- Sellers e escritores famosos vendem livros em Bienais.
Vamos desmistificar a coisa.
Se você é atirado,carismático e corajoso pode vender até 100 exemplares durante os dez dias da festa.Como eu,ilustre desconhecida em 2009 ,fiz em Belo Horizonte.Fiz meu próprio marketing e deu certo.Vendi toda a remessa dos “Contos e Causos” e ainda voltei com encomendas pagas para a Bahia.
O mesmo aconteceu em 2009,na Bahia,quando lancei o e-book “Maktub”. Com larga experiência em venda de livros,vendi tudo.
Porém,a maioria dos autores não sabe ou não gosta de vender seu peixe.
Daí a dificuldade dos que começam; daí a preocupação da nossa Editora em divulgar ,por meu intermédio,o livro dos seus autores.
Estaremos,sim,na Bienal de São Paulo;fizemos uma parceria com uma editora paulista e os autores que quiserem poderão estar lá ou mandar seus livros.
Mas,não esperem grande coisa.
A Bienal é isso:uma grande vitrina para o mundo.
Já as festas literárias são muito mais produtivas quando se trata de vender.
Eu não perco uma!E  seus livros irão junto comigo.



                                             Bienal da Bahia,2009:minha primeira Bienal




                                             Bienal de Minas,2010:Entrevistas ,

                                                                             autógrafos


                                                                          participação.

                                                                      Editores e escritores
                                                                        A união faz a força!