INTROITO
Dizem que o mais difícil da festa é esperar por ela.
Publicar um livro sem contar com as benesses do governo é
muito caro.O custo gráfico ,e,não raro a qualidade que esses serviços oferecem
,é mesmo de assustar.
Mas,digamos que você encarou,economizou cada centavo,
recorreu ao crédito e publicou seu sonhado livro.
E agora, José?
É seu primeiro livro,você não é conhecido no mercado,não
cultivou muitos amigos e nem tem família grande.
Então, olha meio desanimado para aquela caixa que contém
todos os seus sonhos e fica perguntando aos seus botões:
-Como, para quem e onde vender esses cem livros?
A editora escolhida trabalhou certo,o livro saiu
perfeito,mas,parou ai.Ela é apenas uma editora,não tem obrigação de vender seu
livro.
Como uma padaria que produz e entrega o pão do espírito, realizada
a sua tarefa,a editora some.
Algumas tentam
conquistar os autores prometendo levar os livros ás Bienais – não sei porque o
“fetiche” de todo novel escritor - criando lojas virtuais e prometendo mundos e
fundos.
Caia fora; você não conseguirá o mundo e ,certamente,irá ao
fundo.
COMO FUNCIONA
A cadeia produtora do livro consta do autor,que escreve o
livro,do editor ,que o edita,do distribuidor,que o distribui e das
livrarias,que o vendem.
Para se vender um livro tem que trabalhá-lo.Não se
engane,livro é um produto como outro qualquer,como pão,azeite ou bacalhau.
Enquanto não se
des-sacralizar o livro muito escritor novato ainda vai cair em esparrela.
Como produto, a venda tem que ser estimulada. Como produto
novo tem que ser imposto ao público.
O maior interessado em promover o livro deveria ser o
autor; afinal,ele é o pai da criança.Mas,conheço poucos escritores que são bons
vendedores. Modéstia á parte eu sou um deles.Conheço muito deste mercado,pois,fui
vendedora de livros para uma grande editora durante os anos 70,no sudeste.Comecei
como vendedora porta – a –porta,depois passei a supervisora,depois a gerente
com a missão de treinar vendedores,abrir praças e cumprir metas.
Vendedora muitas vezes premiada,sai da empresa e abri minha
própria ,onde vendi muitos livros,inclusive bibliotecas inteiras para grandes
empresas.
Sei o quanto é difícil vender um produto pouco procurado no
Brasil.
COMO PROCEDER
Quando recebi a primeira edição do “Bahia de Outrora”
,arregacei as mangas e fui á luta.Consegui colocá-lo nas principais livrarias
da cidade,vendi pela Internet –não se iludam,a venda mais difícil que há,pois
,internautas querem tudo de graça- e,visitando redações de jornais e
rádios,fazendo lançamentos e vendendo de
forma avulsa, abordando pessoas,mas,sem ser abusiva,pois,este é o segredo.O
sujeito mais chato do mundo é o vendedor chato.
Em pouco tempo essas edição estava esgotada.
Sinceramente,não conheço editoras que tenham nos seus
quadros bons vendedores.Limitam-se a distribuir o livro –e só.
As lojas virtuais,existem.Mas,são pouco trabalhadas.Não
vejo propaganda em sites parceiros,nem formação de clubes do livro,nenhum
movimento que estimule a venda.Isso só acontece com as “poderosas” como a
Record ou Cia. Das Letras porque elas compram direitos,são donas dos livros
,investiram nele e portanto querem retorno.
Um belo dia,aquele livro tão vendido simplesmente desaparece.Não se fala mais,não
se vê nas livrarias e passam a se hospedar nos sebos,a preços irrisórios.
Isso porque a editora recuperou o investimento e já está de
olho em outro autor que ela julga promissor,por ser “celebridade” ou coisa
assim.
Começa o círculo vicioso.
QUEBRAR BARREIRAS
Pos eu quero quebrar essa barreira.
Na minha loja virtual os meus livros e dos meus autores não
ficarão apenas colorindo páginas.Serão divulgados nos blogs,serão colocados
trechos dos livros,entrevista com autores,tudo para despertar o desejo da
posse,o velho “aida”.
Conhece o termo:
a-atenção
i-interesse
d-desejo
a-aquisição.
Nossos saraus quinzenais ,funcionando a partir de
Julho,reunirão a comunidade para debates,palestras de autores ,discussão literária e
,consequentemente,vendas de livros.
Pontos de vendas e equipes nas ruas não serão descartados.
Porém,convém lembrar que precisamos da parceria do
autor;ele tem que nos ajudar a vender o livro dele.
Pois,diz o velho ditado:”pode-se levar o cavalo ao rio,mas,não
se pode obrigá-lo a beber.”